Ser “massa” nos anos 80 era ter no guarda-roupa pelo menos uma peça com ombreiras, carregar na cintura um Walkman e calçar nos pés um All Star.
Agora, se você tinha muita “bufunfa”, e queria dar uns bons “rolês” com aquela “caranga”, o negócio era comprar um esportivo nacional. E um dos mais cobiçados era o Ford Escort XR3.
Ele estreia a série "Rolezinho no passado", do G1, que tem a missão de experimentar, atualmente, carros que foram sucesso no passado recente. Os "novos clássicos". Em tempos de centrais multimídia, o luxo destes "senhores" era oferecer rádio com toca-fitas. Se hoje o turbo é usado para economia de combustível, eles ainda podiam contar com carburadores.
Voltando ao XR3, o modelo, junto com as versões esportivas do Volkswagen Gol e Chevrolet Kadett, fazia parte do imaginário de uma geração de apaixonados por carro que não podiam sonhar com esportivos importados, já que na época, o mercado brasileiro era praticamente fechado para modelos vindos de fora.
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Ele surgiu quando a versão “careta”, que normalmente era comprada por “coroas”, recebeu algumas modificações no visual e no motor, dando origem ao famoso sobrenome, presente no imaginário de muita gente até hoje.
O XR3 chegou para a linha 1984, trazendo motor 1.6 CHT de 82,9 cavalos, rodas de liga leve de 14 polegadas, aerofólio traseiro e emblemáticos faróis auxiliares e longo alcance. No interior, os bancos eram esportivos e o volante tinha diâmetro reduzido.
Se a potência não fazia frente aos rivais, como Gol GT e Fiat Uno 1.5 R, a Ford deu a resposta na linha 1989, com a adoção do motor 1.8 AP da Volkswagen na geração Mk 4. Com ele, a potência saltava para 99 cv.
12 Escort
É com este motor que está equipada a unidade 1992 do XR3 conversível que o G1andou pelas ruas de São Paulo. Com cerca de 30 mil km originais, o modelo pertence a Ernesto Ramalho, apaixonado pelo modelo, e que já foi dono de outros 11 XR3 com capota retrátil ao longo de 21 anos. Mesmo para um carro de 23 anos, o XR3 vermelho está impecável, como se tivesse saído da fábrica há poucas horas.
É com este motor que está equipada a unidade 1992 do XR3 conversível que o G1andou pelas ruas de São Paulo. Com cerca de 30 mil km originais, o modelo pertence a Ernesto Ramalho, apaixonado pelo modelo, e que já foi dono de outros 11 XR3 com capota retrátil ao longo de 21 anos. Mesmo para um carro de 23 anos, o XR3 vermelho está impecável, como se tivesse saído da fábrica há poucas horas.
Entre os equipamentos, há ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricos, amortecedores com regulagem, capota elétrica, bancos Recaro, rádio toca-fitas, volante revestido em couro e até retrovisores elétricos. Nas versões fechadas, o contato com o céu ficava por conta do teto solar elétrico. Em comum a todas, o charme dos faróis auxiliares presos a grade.
Impressões
Atualmente, os 99 cv do 1.8 de origem Volkswagen podem ser extraídos facilmente de um motor bem menor, de 1.4 litro. Como exemplo, o Chevrolet Onix, que traz propulsor desta cilindrada possui 106 cv.
Atualmente, os 99 cv do 1.8 de origem Volkswagen podem ser extraídos facilmente de um motor bem menor, de 1.4 litro. Como exemplo, o Chevrolet Onix, que traz propulsor desta cilindrada possui 106 cv.
O que faz do XR3 um carro cativante, porém, é o ambiente que a Ford criou no compacto. O volante de diâmetro reduzido e acabamento em couro, os bancos esportivos da Recaro e a capota aberta remetem a um tempo que, por mais que as marcas se esforcem, não volta mais.
Em movimento, o som rouco do escapamento deixa a condução do Escort extremamente prazerosa, especialmente, e curiosamente, em velocidades mais baixas, quando o som invade a cabine deliberadamente.
Como tradição dos Ford, o câmbio de cinco marchas tem engates precisos, e no caso do XR3, a relação curta ajuda a manter a rotação mais elevada. Com isso, os 14,6 kgfm, que chegam a 3.200 rpm está quase sempre todo ali, à disposição do motorista.
Durante o rápido teste, não foi possível alcançar velocidades mais elevadas, porém, Ramalho afirma que, nas estradas, não há a menor dificuldade de chegar aos 120 km/h e acompanhar modelos mais modernos.
A geração seguinte ao XR3 de Ernesto, lançada em 1992, foi a mais potente já vista, e também a última. O motor 1.8 foi substituído por um 2.0, enquanto a potência saltou para 115,6 cv. Outra novidade foi a adoção da injeção eletrônica.
O XR3 saiu de linha em 1995, e não chegou à última troca de geração do modelo “convencional”, ocorrida em 1997. Este, por sinal, deixou de ser vendido em 2003, tendo como sucessor o Focus. De lá pra cá, a Ford nunca mais teve um esportivo “de verdade” neste segmento.
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